quarta-feira, 13 de agosto de 2008

I need to sleep!

Dizer que eu estava cansado quando cheguei em Vancouver soará com um certo eufemismo. Eu estava morto! A excitação de chegar no lugar onde vou ficar meus próximos cinco meses nem ocorreu. O que eu mais queria era uma cama e um travesseiro.

Em frente da esteira das malas, se encontravam os hostfathers e as hostmothers dos estudantes que chegavam. Antes mesmo de pegar minha bagagem, reconheci o meu: Larry Kuehn, quem eu já havia pesquisado no Google Imagens. Entendendo algumas frases dele e fingindo estar entendendo todas, estávamos no carro em direção para a minha nova moradia. Ele era tão simpático e agradável que não tinha coragem de dizer “I don’t understand”. Gostava de ouvi-lo mesmo sem compreender o que falava. Todos os canadenses são assim. Ou melhor, menos o sujeito da imigração.

Quando eu cheguei na casa, o primeiro susto: a casa era um cubículo! Só depois fui descobrir que ela tem um subsolo enorme cheio de quartos. Isso é muito comum no Canadá e nos Estados Unidos, e é chamado de basement. Quando entrei no meu quarto, outro susto: tamanho de um toalete, mínimo! E dessa vez não havia andar embaixo. Não sei como consegui guardar todas minhas coisas lá dentro. Um buraco na parede também me assustava. Pelo menos, tinha wireless para atualizar meu blog =]!

Mas não era hora de lamentar nada, era ora de dormir. E quando decido deitar, Larry me chama para fazer um city tour. Meu Deus, tantos dias para conhecer a cidade e ele me chama logo hoje? Eu fui, junto com ele e Linda, uma estudante chinesa, digamos assim, excêntrica. Apesar de exausto, consegui prestar atenção em alguns lugares que Larry me mostrava e pude perceber que Vancouver realmente era uma bela cidade. Mas nem bonitas paisagens evitam o efeito biológico de uma noite mal dormida. Então, estou lá fazendo um esforço descomunal para não dormir. Mais tarde, percebi que Linda, a garota estranha, dormia descaradamente no banco da frente de boca aberta! Confesso que isso me enfureceu muito...

Fim do passeio e os outros membros da família já se encontravam em casa. Thoko, sul-africana, é a esposa de Larry. Me recebeu com um largo sorriso no rosto, assim como suas filhas Nickie e Dudu e seu filho Ndumiso. Recepção feita, mala desfeita, agora vou poder descansar... Nada disso. O jantar está na mesa. Mas como? Seis da tarde?! Eles comem nesse horário. Um dos costumes com que eu vou ter que me adaptar...

Quando vejo a mesa, meus olhos, quase fechados, de repente abrem. Carne! Eu havia me preparado psicologicamente para só comer hambúrguer durante cinco meses e dou de cara com bifes. Não foi difícil lembrar que, além de sono, estava com fome. Quando todos se sentam e eu vou me servir, o terceiro susto: Thoko, com um movimento brusco, interrompe a conversa que acontecia, junta as mãos, cola a testa nelas e começa a falar um monte de coisas que eu não entendo. A mulher está tendo um derrame?! Passando mal? Apavorado, olho para os outros na mesa, que fazem o mesmo ritual. Ahnnn! Eles estão rezaaando! Senti-me dentro de um filme hollywoodiano. Talvez existam muitos, mas nunca vi brasileiros rezarem antes de comer para agradecer o alimento que Deus concebeu.

Arff. Escrevi muito. Vou fazer agora o mesmo que fiz depois do jantar naquele dia: dormir.

Não reparem a falta de fotos. Só comprei a máquina fotográfica hoje! A partir do próximo post, o blog estará cheio delas. See you!

Próximo assunto: International Language Schools

3 comentários:

Unknown disse...

Não era pra eu saber do blog?? Me fala, pq aí eu paro de encher tua bola aqui comentando... hahaha

Unknown disse...

Quer dizer q a chinesa excêntrica dormia com a boca aberta, no banco da frente ,em pleno city tour ??!!!
QUÁ !!!
Do que se trata o buraco no quarto?
Qual é a religião da hostfamily ?
Bjss...eu

Guilherme disse...

Será que eles constroem casas com basement tão grande para serem utilizados em caso de tornados ?

È melhor informar-se sobre tornados. Mas não fique preocupado, ventos a 150 - 200 km por hora são plenamente suportáveis por qualquer ser humano normal.